Deitada sobre um carpete cinza e áspero. Uma parede de madeira levemente inclinada as minhas costas servindo de apoio a minha cabeça, aos meus pensamentos. Uma parede opaca a minha esquerda, que me impede de enxergar o que se opõe a mim, mas ainda assim de vidro, algo frágil, trincável, quebrável com a menor das forças e as vezes até sem intenção, algo semelhante a mim.
Tocava Tear - Red Hot Chili Peppers e sem que eu percebesse senti meus olhos se encherem de lágrimas. Senti a primeira delas descendo lentamente pela minha bochecha esquerda. Queria impedi-la, não queria que você vista por ninguém e quando digo ninguém me incluo nisso, eu não queria vê-la, admitir que ela estava ali, marcando seu caminho com resquícios de água enquanto escorria em direção ao fim de minha face.
Eu a interrompi antes do fim de seu trajeto, a empurrei para fora com as costas de minha mão. A neguei, mas ela não me negou, vieram outras depois dessa. Não muitas, mas vieram, algumas poucas, mas o suficiente para me lembrar que elas existiam. O suficiente para que fossem percebidas, mas não o suficiente para conseguir liberar. Para soltar todas as outras, as lágrimas, as mágoas, as angústias, as dores que venho segurando talvez a mais tempo do que se é saudável...
se permita chorar, não vai doer
ResponderExcluir"Pensei tanto na sua tristeza, no quanto eu gostaria de poder conforta-la e atenua-la que se vc ficasse um pouquinho mais feliz pra cada vez que eu desejei sua felicidade essas lagrimas nao teriam existido."
ResponderExcluir/hug
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