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domingo, dezembro 04, 2011

incomodos


Tem uma coisa me incomodando a alguns dias, mas eu não exatamente como colocar ela em palavras. Eu tenho medo do que verbalizar essa coisa pode trazer como consequência...

R. diz:
 nao sei explicar direito
 sabe quando voce gosta de uma coisa
 mas essa coisa te exausta e chateia ao mesmo tempo?
T. diz:
 seeeeeei :~
 e o que causa isso em você?
R. diz:
 minha "sociabilidade"
 eu gosto de ter muitos 'amigos'
 mas eu me incomodo de saber que tem gente que só afim da minha network (rede de contatos)
 e também ta me incomodando DEMAIS gente que eu apresento um ao outro e as pessoas começam a sair sem sim
 e tipo pessoa que eu achava que era minha amiga mentindo pra mim pq a outra pessoa q eu apresentei pediu pra ela mentir
 eu to me sentindo na merda
 e pra melhorar meu pai sofreu um acidente de moto
T. diz:
 entendo, tipo gente com interesse só
R. diz:
 e tipo mesmo não tendo sido grave mexeu demais comigo
 e as pessoas que eu achava que eram meus amigos não fizeram porra nenhuma
 teve gente que quando eu contei falou "ah, ok"
 tipo eu precisava muito de um ombro amigo pra chorar e de um abraço sabe
 e as pessoas não tinham tempo pra mim
 só tinham tempo pras outras coisas dela, e pros outros amigos
 e eu me senti uma merda, um coco, rejeitada, sem valor, insignificante e por ai vai
T. diz:
 ah entendi, mas sabe normalmente as pessoas não dão bola mesmo para o problema dos outros
meu as pessoas são muito egoístas
 vai cortando com gente que é assim, porque meu se decepcionar com gente que nem se importa com o que você pensa é muito ruim
R. diz:
 o problema é que eu achava que essas pessoas se importavam
 por isso que machucou demais
T. diz:
 entendo isso, mas agora é tentar não se importar com essas pessoas \=
 porque é bem provavel que elas te machuquem de novo
 ou dar outra chance depende de você
R. diz:
 e teve gente que eu achava que tinha se cansado de mim e dos meus sumiços que falou que vinha até em casa me fazer companhia, que ia no hospital comigo se eu precisasse, que de fato veio até em casa me dar um abraço
 teve gente que já tava na segunda chance
T. diz:
 mas ai é que você viu quem realmente se importa 
R. diz:
 sei lá
 to chateada  
T. diz:
 é meio impossível não ficar com essas coisas neh \= \=

Ei, H. muito obrigada pelo abraço ontem, foi mais importante pra mim do que você imagina. Você foi a única que percebeu como eu estava e realmente fez alguma coisa a respeito do assunto.

Fui :*

sábado, dezembro 03, 2011

Nameless

Prova. Shopping. Outback. Saraiva.
*telefone tocando*
- Alô?
- R., que horas você vem pra casa? Onde você tá?
- Não sei N.. To no shopping, vim almoçar. Por que?
- Papai caiu da moto...

Sabe quando o mundo para? Você para de respirar, as coisas param de fazer sentido, nada faz sentido, você não faz sentido. A única coisa que você sente é um vazio. Um aperto enorme no coração. Uma sensação de impotência que domina todas as suas células. Foi isso que eu senti, ou não senti nesse segundo. Eu queria correr, berrar, chorar, bater, mas eu não podia fazer nada, absolutamente nada.

- R. calma! Não foi nada sério, ele não derramou uma gota de sangue, talvez ele tenha quebrado uma costela. Levaram ele de ambulância pro hospital porque ele tava sentindo muita dor. A gente precisa ir buscar a moto, que horas você chega? Não liga pra mamãe, ela ta mostrando o caminho pra ambulância.
- Assim que der, vou pegar o carro na faculdade e vou pra casa.

Tu tu tu tu

Eu brigo com ele. Falo mal dele. Tenho raiva de muita coisa que ele fala, de muita coisa que ele faz comigo. Raiva de muitas de suas imposições que eu considero conservadores em excesso, mas ele é meu pai e acho que eu só percebi o quanto eu realmente amo ele depois daquele segundo. 

Eu dizia que não ia sentir a falta dele se ele se fosse, que eu não ia me importar, que a minha vida só iria melhorar, mas não. Tudo isso com certeza só foi dito da boca pra fora. Óbvio que eu vou continuar não concordando com várias das atitudes dele, e agora especialmente falando, com andar de moto imprudentemente por São Paulo em dias que está chuviscando, mas eu finalmente aprendi da falta que ele vai me fazer.

Ver ele deitado, imobilizado, só com os olinhos abertos me fez lembrar do meu avô deitado em uma daquelas camas, dos últimos dias deles, do meu cucão que faz mais falta do que eu imaginava que ele ia fazer. 

Sei que não sou eu que estou sentindo a dor física, a dor do trauma de se machucar fazendo uma coisa que adora fazer, mas tem alguma coisa dentro de mim que se machucou demais. Talvez tanto quanto uma clavícula e cinco costelas quebradas, que foi o que realmente aconteceu com ele, mas eu não sei o que é, eu só sei que dói demais e eu também sei que não posso fazer nada pra ajudar, não agora pelo menos. Eu só queria conseguir ser forte pra ele, queria conseguir não chorar, não sentir que eu preciso abraçar alguém e chorar, simplesmente chorar pra tirar essa dor de dentro de mim... ta doendo demais.